Com o crescimento da criminalidade, houve um aumento na necessidade de pericias criminais rápidas e eficazes para o andamento de processos judiciais de forma a acompanhar a velocidade com a qual estes crimes acontecem e levar os autores aos tribunais propiciando um julgamento justo. Neste contexto a perícia criminal adquiriu grande importância como segmento responsável pela produção da prova pericial usando como fonte de seu trabalho o conhecimento científico e as inovações tecnológicas (RODRIGUES e colaboradores, 2010) para melhor elucidação de parâmetros que indicam a identidade, causa mortis e intervalo pós-morte (IPM) do individuo que foi a óbito. Nos últimos anos, com os crescentes casos de ocultação do cadáver por longos períodos de tempo, a entomologia forense passou a se desenvolver como uma ferramenta para analise destes casos onde a identificação da causa mortis e intervalo pós-morte são dificultados devido a degradação do material biológico do cadáver (CARVALHO, 2012). A entomologia forense consiste na aplicação do estudo de insetos, ácaros e outros artrópodes, na elucidação de questões judiciais. Uma das subáreas da entomologia que tem se desenvolvimento recentemente é a entomotoxicologia forense que consiste no estudo da aplicação dos insetos necrófagos a análises toxicológicas a fim de identificar drogas e toxinas presentes em tecidos, bem como investigar os efeitos causados por essas substâncias no desenvolvimento dos artrópodes, visto que podem alterar a estimativa do tempo decorrido desde a morte. A história da entomotoxicologia é curta, iniciada na década de 70, quando a presença de toxinas em insetos foi detectada pela primeira vez, sendo a entomologia utilizada como método de pesquisa para causa da morte (PAES e COSTA, 2006). Atualmente, os métodos analíticos mais utilizados para determinação quantitativa de drogas de abuso, são as técnicas cromatográficas acopladas a espectroscópicas (QUEIROZ et. al, 2001) devido a sua confiabilidade. Entretanto, devido ao alto custo de manutenção de seus equipamentos, a procura por métodos equivalentes de maior acessibilidade tornou-se crescente. Com isso, os estudos a cerca das técnicas espectrofotométricas deram inicio a fim de usá-los como método alternativo. Neste contexto, este trabalho procura desenvolver um método de analise de droga de abuso em pupário de Chrysomya Megacephala, empregando um sistema de injeção em fluxo acoplado ao espectrofotômetro UV/VIS, tendo em vista a política do Plano Integrado de Enfrentamento ao Crack e Outras Drogas, iniciativa do Governo Federal que visa combater o crescimento do consumo de drogas, assim como também o aumento do narcotráfico no país, o qual é conhecido pelas inúmeras rotas de trafico de entorpecentes.