No âmbito da medicina legal, é necessário para se estabelecer o nexo causal de um crime, saber quando a morte ocorreu e para responder essa pergunta é necessário investigar o intervalo pós-morte (IPM) que geralmente utiliza a evolução da rigidez cadavérica, resfriamento do corpo, livor cadavérico, evolução das fases de decomposição e, mais recentemente, da fauna cadavérica (Santana e Vilas Boas, 2012). O Brasil é o país com a maior biodiversidade do mundo e isso também inclui a fauna associada a cadáveres. Além disso, cada bioma tem sua fauna e condições locais próprias, o que exige um estudo das entomofaunas regionais e seus padrões de sucessão em cadáveres, antes da aplicação das técnicas de entomologia forense. A aplicação mais comum e amplamente aceita de evidência entomológica em investigações criminais é determinar o intervalo pós-morte (IPM), que corresponde ao intervalo de tempo entre a morte do indivíduo e a descoberta do cadáver (Byrd e Castner, 2003). Variáveis como clima, umidade, efeito de drogas, calor gerado pela massa de larvas (apresenta normalmente temperatura superior à do ar, fato que afeta a velocidade de desenvolvimento e decomposição) e sobreposição de gerações podem influenciar o IPM (Greenberg, 1990; Higley e Haskell, 2003; Donovan et al., 2006; Oliveira-Costa, 2008). Em ambientes aquáticos a colonização e decomposição de cadáveres por insetos tendem a estabilizar a população de invertebrados no cadáver resultando em uma assembleia que frequentemente oferece pistas para a morte da vítima e a subsequente história pós-morte (Arimoro, 2013). Entretanto, as estimativas de intervalos pós-morte em ambientes aquáticos ainda são notadamente inexploráveis na região amazônica. Além disso, é necessário o conhecimento do intervalo de submersão pós-morte (PMSI) que é definido como o tempo entre a imersão e descoberta do cadáver A água geralmente contém diversos componentes os quais provém do próprio ambiente natural ou que foram introduzidos a partir de atividades humanas. A decomposição cadavérica pode causar alterações nas características naturais da água.