A estimativa do intervalo pós-morte (IMP) pelo método entomológico consiste em uma das principais ferramentas utilizadas em pericias criminais que envolvem cadáveres encontrados em estado avançado de decomposição (IPM superior a 3 dias), onde já tenha ocorrido a degradação de tecidos e fluidos corporais(1;2). Além de determinar quando ocorreu o óbito, o IPM também é um elemento chave para indicar possíveis suspeitos. Em muitos casos de assassinato os cadáveres são encontrados exumados em distintos períodos de degradação fazendo com que algumas ferramentas utilizadas pela perícia percam total ou grande parte sua confiabilidade (3). Sendo assim, estudos recentes tem avaliado a utilização de novas ferramentas (4), como a analise dos níveis de diferentes compostos liberados pelo exumado no solo, tais como: nutrientes, proteínas, aníons e cátions para determinar o IPM. O processo de degradação do tecido mole gera um aumento significativo desses compostos em solo, em algum tempo essa alteração é cessada até que na etapa de decomposição do tecido ósseo (esqueletização) volte a ocorrer a deposição de grandes quantidades de micro e macroelementosno solo (5). Os índices dos microelementos Cu, Zn, Fe, Mn no solo permitem um estudo confiável sobre o cadáver exumado(6), sendo que segundo dados da literatura a análise dos teores destes compostos presentes no solo pode ser utilizado como uma forma de definir o IPM de um exumado em determinado tipo de solo, considerando que as concentrações destes microelementos excretados durante as diferentes etapas de decomposição serão distintas (4; 5; 7). Os microelementos consistem de minerais inorgânicos de grande importância para manutenção de organismo vivos animais e que podem ser obtidos através da alimentação, sendo que aproximadamente 4% do peso corporal humano é constituído por estes minerais. Além de serem importantes para os organismos vivos, estes também são utilizados como forma de obtenção de energia para realização da fotossíntese por plantas, sendo absorvido através do solo, logo, um solo com grandes concentrações de microelementos torna-se mais fértil e possibilita um desenvolvimento da cobertura vegetal(8; 9). Segundo dados da literatura carcaças exumadas em decomposição resultam em um aumento da cobertura vegetal das redondezas quando se inicia o processo de esqueletização, onde há maior liberação de minerais (7). O presente trabalho busca utilizar a analise microelementos Cu, Zn, Fe, Mn no solo ao redor de uma carcaça suína enterrada em cova rasa como uma nova ferramenta para criar um modelo de determinação do IPM de exumados e compreender a influencia do processo de decomposição cadavérica nos níveis destes minerais no solo ao acompanhando o teor destes elementos durante todo o processo de decomposição.