O intervalo pós-morte (IPM) consiste de um parâmetro judicial que determina o tempo entre a ocasião da morte e a descoberta do cadáver, sendo este de suma importância na reconstrução dos eventos que levaram ao óbito da vitima, tanto em casos de homicídio culposo ou doloso. Pela determinação deste parâmetro é possível durante a investigação criminal determinar possíveis suspeitos. Em casos de exumação onde adecomposição é mais lenta, as ferramentas comuns de determinação do IPM não são aplicáveis, pois estas focam no estudo dos corpos expostos, uma solução para o problema em questão é o uso de ferramentas alternativas, como por exemplo, a análise do solo ao redor dos corpos enterrados. Este método foi tratado no trabalho de Turner, et al., 1999 onde após encontrar um exumado e determinar o IPM utilizando a entomologia, foram encontradas divergência nas datas estimadas pelas outras evidências, uma vez que, este método analisa corpos expostos e se torna ineficaz em enterrados, conforme foi discutido nesta pesquisa. Os macroelementos são minerais inorgânicos necessários em grandes quantidades nos organismos vivos onde estão presentes nos tecidos e sangue. Dentre os macroelementos cujo teor já foi estudado em pesquisas sobre a decomposição cadavérica estão o Alumínio(Al), Fósforo(P), Magnésio(Mg), Potássio(K) e Sódio(Na), dos quais, segundo dados da literatura, durante decomposição de um humano de 68 kg há liberação de teores 300, 50 e 10 μg de K, Ca e Mg para o solo respectivamente. Durante o processo de decomposição de um cadáver exumado a excreção dos macroelementos para o solo altera a fertilidade deste apenas no terreno que esteja dentro de diâmetro máximo de 2m ao redor do corpo, dependendo do tipo de solo. Como este processo de excreção de substâncias químicas ocorre durante toda a decomposição o acompanhamento das alterações dos níveis destes compostos no solo pode ser utilizado na construção de um modelo de previsão de IPM. No presente trabalho será feita uma nova abordagem quanto a análise de solo, ao tratar de algo ainda não explorado no Brasil para a elucidação de crimes, que consiste da determinação quantitativa de macroelementos liberados durante todo o processo de decomposição de uma carcaça suína exumada em solo alcalino, típico da região amazônica, em clima tropical equatorial úmido.